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Células-tronco: entenda definitivamente o que são!

Temas antes tratados como “ficção científica”, como a edição de genes e o uso de células-tronco, hoje são cada vez mais presentes no cotidiano da população. O avanço da ciência e da medicina permitiu o desenvolvimento de novas ferramentas terapêuticas para o tratamento de diversas doenças, o que contribuiu muito para o aumento da expectativa de vida das pessoas.

E com certeza, a descoberta e utilização das células-tronco representou um marco fundamental nessa evolução! Nos últimos anos, a terapia com células-tronco tornou-se um tópico de pesquisa muito promissor e avançado. No entanto, o tema ainda é alvo de forte debate e tabu, principalmente pelo desconhecimento sobe o assunto.

O que são as células-tronco?

Células-tronco são definidas como células não especializadas no corpo humano. Isso quer dizer que estas células possuem a capacidade de se transformar em qualquer outro tipo celular do organismo. Imagine as células-tronco como células de origem primitiva, que não possuem uma “identidade” final definida. Assim, esse tipo celular pode se transformar em um neurônio do cérebro ou em uma célula de outro órgão do corpo, por exemplo, a depender de certos estímulos químicos.

Mas a capacidade de se diferenciar em outras células pode ser limitada e dependente do tipo de célula-tronco. Ou seja, nem todas conseguem ter o mesmo potencial de diferenciação! As células-tronco existem tanto em embriões quanto em adultos, mas as embrionárias são consideradas mais eficientes nesse processo, chamadas também de pluripotentes.

Tipos de células-tronco

Logo que um espermatozoide fertiliza um óvulo, ocorre a formação de um zigoto. O zigoto é a primeira célula de um novo ser. Ela é conhecida como célula-tronco totipotente, pois é capaz de se dividir e diferenciar-se em células de todo o organismo, inclusive da placenta.

Aproximadamente três a quatro dias após a formação do zigoto, ocorre uma multiplicação de células totipotentes, torando-as pluripotentes. As células-tronco pluripotentes possuem a capacidade de formar células de todas as camadas germinativas, mas não de estruturas extraembrionárias, como a placenta. Esse mesmo processo vai ocorrendo ao longo de todo o desenvolvimento do embrião, pois cada vez mais as células vão se diferenciando e diminuindo seu potencial de se transformar em qualquer outra do organismo.

Partindo desse raciocínio, as células-tronco possuem diferentes classificações de acordo com a capacidade de diferenciação: pluripotentes, multipotentes, oligopotentes ou unipotentes.

As células-tronco multipotentes têm um espectro de diferenciação mais estreito do que as pluripotentes. Um exemplo é uma célula-tronco hematopoiética, que funciona como uma precursora que pode se desenvolver em vários tipos de células sanguíneas. No entanto, essa célula precisa se diferenciar novamente para linhagens que formam células específicas do sangue. Nesse processo, ela passa a ser chamada então de  célula-tronco oligopotente, pois sua capacidade é restrita à formação de glóbulos brancos, por exemplo. Uma célula-tronco mieloide é uma célula oligopotente que pode se dividir em glóbulos brancos, mas não em glóbulos vermelhos.

Por fim, as células-tronco unipotentes são caracterizadas pela capacidade de diferenciação limitada e uma propriedade especial de se dividir repetidamente. Estas células só são capazes de formar um tipo de célula específica de um determinado tecido.

Células-tronco embrionárias VS células-tronco adultas

Agora ficou mais fácil entender a diferença entre células-tronco embrionárias e células-tronco adultas!

As células-tronco consideradas embrionárias são as células pluripotentes que são encontradas no interior do embrião quando ele está no estágio conhecido como blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação). Embora o estágio embrionário tenha duração de várias semanas, só são consideradas células-tronco durante o período de desenvolvimento do blastocisto.

Já as células-tronco adultas são também denominadas de células-tronco multipotentes e são capazes apenas de gerar células de sua linhagem de origem. São obtidas, principalmente, na medula óssea, do cordão umbilical, do tecido adiposo e da polpa dentária mas cada órgão do nosso corpo possui uma quantidade de células-tronco que é responsável pela renovação das nossas células ao longo da vida.

É importante destacar que existe ainda um terceiro tipo: as células-tronco induzidas. Este tipo celular é produzido em laboratório a partir de uma reprogramação genética celular que permite que uma célula adulta volte a se comportar com uma embrionária.

Como isso, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco embrionária e possuem características de autorrenovação e a capacidade de se diferenciarem em qualquer tecido. São também chamadas células-tronco de pluripotência induzida.

Células-tronco e a terapia celular

As células-tronco representam uma ferramenta fundamental para tratamentos que envolvem a substituição de células doentes ou danificadas por células saudáveis, o principal conceito por trás da terapia celular. Teoricamente, qualquer doença em que haja degeneração de tecidos poderia ser tratada através da terapia celular.

Estudos científicos têm demonstrado cada vez mais a aplicabilidade e eficiência desta técnica no reparo celular de diversas doenças, como o tecido cardíaco após infarto e no tratamento de doenças neurológicas. Em nossa matéria anterior, explicamos mais a fundo os conceitos por trás da medicina regenerativa e da terapia celular. Não deixe de conferir!

Na área de feridas crônicas e queimaduras, a In Situ Terapia Celular é pioneira no desenvolvimento de biocurativos impressos em bioimpressoras 3D e que possuem células-tronco em sua composição. Nestes biocurativos, são utilizadas células-tronco provenientes do cordão umbilical (células-tronco adultas) que possuem potencial para estimular a regeneração dos tecidos da pele.

Esse tipo de abordagem terapêutica possui uma série de vantagens frente a tratamentos convencionais. É uma terapia que apresenta uma ótima relação custo-benefício e um processo de aplicação simples e menos doloroso, pois basta o curativo ser aplicado sob a ferida. Além disso, outras variações desse tipo de terapia podem ser desenvolvidas em futuro próximo, como pomadas com potencial cicatrizante muito superior ao que atualmente é comercializado em farmácias.

A In Situ é uma startup de base tecnológica da área da saúde, que oferece a terapia celular para tratamento de pacientes portadores de úlceras crônicas de diferentes etiologias e queimaduras graves. Nosso principal objetivo é melhorar a qualidade de vida de nossos pacientes.

 

Referências:

 

Han, F., Wang, J., Ding, L., Hu, Y., Li, W., Yuan, Z., … & Li, B. (2020). Tissue engineering and regenerative medicine: achievements, future, and sustainability in Asia. Frontiers in bioengineering and biotechnology.

Liu, G., David, B.T., Trawczynski, M. et al. (2020). Advances in Pluripotent Stem Cells: History, Mechanisms, Technologies, and Applications. Stem Cell Rev and Rep

Zakrzewski, W., Dobrzyński, M., Szymonowicz, M. et al. (2019). Stem cells: past, present, and future. Stem Cell Res Ther.

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