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O impacto positivo da terapia celular na regeneração periodontal

A Odontologia tem se beneficiado de grandes evoluções desde o final do século XX e mudanças são notadas principalmente na periodontia, onde a reposição dos tecidos periodontais perdidos é um processo intensamente estudado.

Neste contexto, a odontologia regenerativa vem adquirindo espaço com a exploração da capacidade regenerativa das células-tronco mesênquimas como uma estratégia promissora para tratamento odontológico.

Técnicas de regeneração tecidual para recessão periodontal

As recessões dos tecidos gengivais são um dos principais motivos de queixa dos pacientes nos consultórios e clínicas odontológicas. Segundo a atual classificação das Doenças Periodontais, as recessões dos tecidos gengivais são consideradas deformidades muco-gengivais ao redor dos dentes, que podem causar desconforto, dor e alteração estética aos pacientes.

O método habitual para reparar a recessão periodontal utiliza emprego de enxerto de tecido conjuntivo autógeno (do próprio paciente), ocorrendo assim, uma área doadora que necessita de um processo de cicatrização, tornando-se um procedimento desconfortável para o paciente.

Considerando este cenário, conceitos atuais de regeneração tecidual guiada são elaborados com a finalidade de redução do tempo cirúrgico e morbidade pós-operatória. Nestes casos, as terapias celulares podem auxiliar com a regeneração destes tecidos por meio do uso de biomateriais associados às células-tronco, que substituem procedimentos complexos, como os enxertos ósseos.

A aplicação de células estromais mesenquimais (MSCs) simultaneamente com membranas de colágeno representa uma abordagem promissora para a regeneração periodontal.

A regeneração periodontal baseada na atividade das células estromais mesenquimais

 Estudos comparativos mostram que as MSCs derivadas da medula óssea (BM-MSCs) exibem atividades parácrinas anti-inflamatória e imunomoduladora mais pronunciadas, que podem estimular a regeneração. Portanto, são consideradas as candidatas promissoras para restaurar a estrutura e a função dos tecidos danificados.

Vantagens dos bioenxertos com membranas de colágeno

As vantagens do uso das membranas reabsorvíveis de colágeno estão associadas aos fatos de não haver necessidade de coleta do enxerto de tecido conjuntivo subepitelial e fornecerem uma base para o recrutamento das células endoteliais, as quais fazem síntese de fatores de crescimento e recrutamento de células osteoprogenitoras.

A utilização de bioenxertos (colágeno) associados às células-tronco mesenquimais nas cirurgias periodontais

Devido ao potencial das células-tronco mesenquimais de auto-renovação e multipotência, substituindo os tecidos danificados e se transformando em células especializadas, essas células têm sido amplamente utilizadas nas terapias regenerativas periodontais.

Em um trabalho recente, publicado na revista Dentistry Journal, os autores estudaram os efeitos a curto prazo dos bioenxertos de colágeno enriquecidos com MSCs no aumento gengival.

Neste estudo foram utilizados Mucoderm (Botiss Biomaterials GmbH, Zossen, Alemanha) e Mucograft (Geistlich Pharma AG, Walhusen, Suíça), membranas de colágeno comumente usadas para restaurar o volume gengival, as quais foram implantadas em coelhos simultaneamente com a injeção intraoperatória de células estromais mesenquimais derivadas da medula óssea de coelhos ou implantes sem células.

As membranas de colágeno foram implantadas sob o retalho ou pela técnica de superfície sem fechamento primário intencional. Os resultados do estudo demonstraram que o aumento gengival em combinação com a administração local de BM-MSCs levou a uma melhor regeneração dos tecidos gengivais moles independentemente do tipo de matriz de colágeno implantada.

Além disso, a injeção de BM-MSCs proporcionou uma melhora significativa na vascularização gengival e epitelização, com uma clara correlação positiva entre o crescimento vascular e a resposta epitelial.

Regeneração periodontal por transplante de células-tronco progenitoras derivadas do tecido adiposo

O impacto positivo da terapia celular na regeneração periodontal também foi demonstrado em um outro trabalho, publicado na revista Scientific Report, em que os autores mostraram que a administração local de MSCs do tecido adiposo produzia a restauração do volume de tecido periodontal em suínos. Por morfometria óssea, foi demonstrada a capacidade de regeneração óssea significativa após transplante das MSCs.

Conforme os resultados apresentados aqui, é possível observar o potencial das terapias celulares na regeneração periodontal como uma grande promessa para o tratamento odontológico.

É seguindo esse avanço na utilização de células mesenquimais na odontologia que a In Situ vem trabalhando no desenvolvimento, com muito rigor científico e qualidade, de produtos voltados para a regeneração de tecidos orais. Grandes novidades para a prática clínica vêm por aí.

A In Situ é uma startup de base tecnológica da área da saúde, que utiliza a terapia celular como ferramenta para a criação de produtos inovadores com foco na cicatrização de tecidos.

 Referências:

Kulakov A, Kogan E, Brailovskaya T, et al. Mesenchymal Stromal Cells Enhance Vascularization and Epithelialization within 7 Days after Gingival Augmentation with Collagen Matrices in Rabbits. Dent J (Basel). 2021 Sep 4;9(9):101. doi: 10.3390/dj9090101. PMID: 34562975; PMCID: PMC8469508.

 Venkataiah VS, Handa K, Njuguna MM, Hasegawa T, Maruyama K, Nemoto E, Yamada S, Sugawara S, Lu L, Takedachi M, Murakami S, Okura H, Matsuyama A, Saito M. Periodontal Regeneration by Allogeneic Transplantation of Adipose Tissue Derived Multi-Lineage Progenitor Stem Cells in vivo. Sci Rep. 2019 Jan 29;9(1):921. doi: 10.1038/s41598-018-37528-0. PMID: 30696909; PMCID: PMC6351614.

 Pontel, CZ, Boabaid, F. Regeneração tecidual guiada em recessões gengivais – o uso do enxerto gengival autógeno e das membranas de colágeno – uma revisão bibliográfica. Periodontia; 2019 29(2): 51-58, 2019.

Linkagem:

Odontologia regenerativa: https://www.insitu.com.br/odontologia-regenerativa/

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