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Qual a importância das vesículas extracelulares na medicina regenerativa?

Nas últimas décadas, diversos estudos científicos documentaram o importante papel das vesículas extracelulares em vários processos fisiológicos e patológicos, incluindo proliferação celular, regulação imunológica, angiogênese e reparo tecidual.

Nesse sentido, estas microestruturas despertaram atenção e surgiram como uma das aplicações terapêuticas mais atrativas para a medicina regenerativa.

 Medicina regenerativa: a grande promessa para a saúde humana

A medicina regenerativa visa à restauração e restabelecimento funcional de tecidos danificados ou ausentes, reabastecendo, substituindo ou reparando células, tecidos e órgãos, sendo uma grande promessa para a saúde humana. Particularmente, a medicina regenerativa pode curar doenças, como doenças cardíacas, lesões nervosas e feridas provocadas por diabetes, por exemplo.

Nas últimas décadas, surgiram três tipos principais de terapias na medicina regenerativa: a terapia com células-tronco, a utilização de produtos biodegradáveis, e a abordagem baseada em biomateriais.

Entre eles, a terapia com células-tronco tem sido considerada a modalidade mais promissora para a regeneração tecidual devido ao seu potencial de rápido crescimento celular e diferenciação em órgãos danificados, utilizando células-tronco com alta capacidade proliferativas e de auto-renovação.

Evidências crescentes indicam que a função biológica das células-tronco está, em sua maioria, atribuída à capacidade de secreção de conteúdos pelas vesículas extracelulares, que podem modular os danos do microambiente tecidual.

As vesículas extracelulares, incluindo exossomos, microvesículas e corpos apoptóticos foram originalmente consideradas uma forma de secreção dos resíduos materiais e metabólicos das células. No entanto, com os avanços dos estudos científicos, elas passaram a ser reconhecidas como nanopartículas que desempenham papéis importantes na comunicação de célula para célula.

Como as vesículas extracelulares contêm uma variedade de biomoléculas, como lipídios, proteínas e ácidos nucleicos que estão envolvidos em vários processos fisiológicos e patológicos, estas vesículas passaram a ser considerada uma dos nano terapêuticos mais atraentes para medicina regenerativa.

Exossomos regenerativos de células estromais mesenquimais

As células mesenquimais (ou células estromais mesenquimais) são tipos celulares bastante utilizados para o desenvolvimento de terapias celulares, especialmente quando se trata de lesões teciduais.

Entre os exossomos derivados de várias origens celulares, os exossomos derivados das células estromais mesenquimais ganharam grande atenção devido aos seus efeitos anti-inflamatórios, antienvelhecimento e de cicatrização, demonstrados em vários modelos in vivo e in vitro.

Exossomos derivados de células mesenquimais estromais têm vários componentes moleculares capazes de ajudar as células e tecidos, promovendo regeneração e proliferação.

Cicatrização de feridas cutâneas por exossomos derivados de células estromais mesenquimais.

Uma ferida é uma categoria de lesão na pele, causada por corte, punção, ou contusão, e podem ser classificadas em agudas e crônicas. As feridas agudas são associadas à perda de derme e epiderme, e, geralmente, são resultados de lesões mecânicas, químicas, biológicas ou térmicas. Já as feridas crônicas podem ocorrer devido a doenças complexas, como a obesidade, diabetes e distúrbios vasculares. Nestes casos, os exossomos derivados de células mesenquimais podem atuar em várias fases da cicatrização das feridas.

A cicatrização cutânea é um processo altamente programado e que geralmente envolve quatro etapas: hemostasia, inflamação, proliferação e fases de remodelação. Os exossomos derivados de células estromais mesenquimais orquestram todas as fases da cicatrização de feridas cutâneas devido à sua capacidade em modular a inflamação, ativar a migração e proliferação de vários tipos celulares, incluindo células imunes, fibroblastos e queratinócitos, e até mesmo melhorar a cicatrização.

 Vesículas extracelulares como nano terapêuticos bioativos: uma nova opção na medicina regenerativa

Este novo método de tratamento tem vantagens únicas, pois os exossomos são mais propensos a circular facilmente pelos capilares sanguíneos do que as células estromais mesenquimais.

Em comparação com a injeção de células mesenquimais estromais, a injeção destas minúsculas vesículas pode alcançar maior eficácia com uma dose menor. Além disso, os exossomos derivados de células mesenquimais podem ser produzidos maior escala.

Apesar do grande potencial de aplicação dos exossomos derivados de células estromais mesenquimais em terapias para feridas cutâneas, especialmente feridas crônicas, transformar esse tratamento de um experimento clínico em uma mercadoria médica madura ainda enfrenta alguns desafios. Por exemplo, ainda é preciso estabelecer certos padrões para produtos terapêuticos exossomais, como identidade, quantidade, tamanho, pureza e conteúdo destes exossomos.

A In Situ Terapia Celular assume o compromisso de trazer informações relevantes e de qualidade para você, sempre baseado em ciência e com fontes de pesquisa confiáveis. Somos especializadas e pioneiras no desenvolvimento de biocurativos com células-tronco para o tratamento de feridas crônicas e queimaduras graves.

Referências:

Li M, Fang F, Sun M, Zhang Y, Hu M, Zhang J. Extracellular vesicles as bioactive nanotherapeutics: An emerging paradigm for regenerative medicine. Theranostics. 2022 Jun 21;12(11):4879-4903. doi: 10.7150/thno.72812. PMID: 35836815; PMCID: PMC9274746.

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 Jing H, He X, Zheng J. Exosomes and regenerative medicine: state of the art and perspectives. Transl Res. 2018 Jun;196:1-16. doi: 10.1016/j.trsl.2018.01.005. Epub 2018 Jan 31. PMID: 29432720.

 Maqsood M, Kang M, Wu X, Chen J, Teng L, Qiu L. Adult mesenchymal stem cells and their exosomes: Sources, characteristics, and application in regenerative medicine. Life Sci. 2020 Sep 1;256:118002. doi: 10.1016/j.lfs.2020.118002. Epub 2020 Jun 29. PMID: 32585248.

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